sábado, 22 de junho de 2013

PRECISAMOS DE UM LÍDER OU MUITOS DELES.
- MARIANA CLARA


Como se dar há essa organização? Como construir uma ideologia? Estratégias revolucionárias? Influências? Práticas? Resumir isso em partidos políticos, em pessoas físicas, simbologia, enfim, qual é a base do conhecimento/prática popular? Minha militância política teve seu ínico no final do ano 2007 quando o movimento estudantil convocou a minha escola para o congresso da UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas). Lá foi meu primeiro contato. Foi o dia que eu escolhi a “pírula vermelha”. (Pra ficar mais fácil. Vamos usar um pouco de ficção, gostaria de soar um pouco familiar e misturar um pouco de “V de vingança” com “Matrix” (risos).) A partir de então fui atrás de conhecimento, debates, palestras, peças de teatros, livros, cinema, música e para aqueles que estavam dormindo, tinha bastante gente acordada se alimentando disso ...a muito tempo. Estávamos só ali, espero esse momento. E eu me dediquei, ativamente, durante 3 anos. Continuei de acordo com o tempo que tinha disponível. Antes de mim, antes de nós, aqueles que estavam massageando o coração da sociedade, para escutar o pulsar popular, acordar O GIGANTE era a missão. Muitos morreram, foram exilados, torturados e desaparecidos para que se preparasse um momento em que os brasileiros pudesse ter voz, legalidade de expressão, cultura e ter direitos.

Não quero dizer que eu sei muito ou me colocar do lado “certo da situação”, digamos assim. Mas quero me posicionar, esse direito não é só meu! Temos que viver esse SONHAR JUNTOS e CONSTRUIR NOSSA VERDADEIRA REALIDADE.

Eu e muitos militantes de diversos partidos e movimentos sociais, fizemos de tudo para levar a massa em grandes debates convocados pelo governo federal (por exemplo). Tive que escutar muitas frases de conformismo e outras bem radicais durante as minhas convocações a população. Dizem que o governo Lula não foi bom etc e tal, mas foi o primeiro governo a chamar a sociedade civil para debater sobre os setores que estavam deficientes. Lula chegou ao poder com os setores defasados e precários graças ha era FHC. O pouco que li sobre, sei que o esforço dele foi até onde ele poderia fazer para arrumar a “bagunça” deixada de herança. Quando ele viu que não poderia mais avançar nesses esforços, creio que foi o momento das primeiras Conferências convocadas pelo Governo Federal. Não existiu somente esse centro de debates, mas vou falar um pouco sobre esse porque foi o que eu mais participei e acompanhei mais de perto (fora os debates que acontecia no movimento estudantil secundarista). Era dividido em 4 partes: Conferências municipais, regionais, estaduais e por fim federais. E temas diversos como: Educação (participei), Saúde, Segurança Pública, Trabalho, Cultura (participei), Juventude (participei) e outros mais ligados a setores de investimento e meta social. E sabe quem estava lá, além da sociedade civil? Partidos políticos, movimentos sociais e o poder público. Eu pude participar até a etapa estadual e as plenárias finais eram sempre muito difíceis pois tinha muita gente que era contra projetos de aceleração de desenvolvimento social que os movimentos do povo articularam. Foi com muita pressão e alianças com muitos movimentos (tanto partidário como social) para vencer e aprovar algumas das nossas propostas, as que não foram aprovadas estão aguardando a pressão popular ou a “boa vontade” do governo. Mas nem todas as propostas que foram aprovadas nessas conferências estão em andamento ou foram executadas. Por que? Ta ai uma boa pergunta. Na minha humilde opinião é o seguinte: O poder público deve ter se comovido ou para não sair “queimado” das conferências ajudou os movimentos a aprovarem algumas das propostas apresentadas, sabendo que nem a metade seria executada. Os movimentos logo em seguida, cobraram mas a maioria das desculpas que ouvimos era que não tinha um financiamento suficiente para investir ou já deve ter virado arquivo morto. E deveríamos ter pressionado mais e convocar a população, falar: tem um projeto que foi aprovado e não foi executado, vamos para as ruas? Mas muitos não se importavam de convocar isso ou as pessoas que ficava sabendo disso falavam: isso nunca vai dar certo. Na conferência de educação, logo após dela acontecer ouvi muito isso. Tenho o projeto base que o governo federal disponibilizou para os delegados e observadores. Depois de estudar esses matérias e os debates, para acrescentar e retirar alguns itens , eu fiquei muito empolgada, tínhamos projetado um novo sistema de educação. Um projeto grandioso e que a partir dele eu depositei muitas das minhas esperanças. Mais isso foi em 2010 e até agora não vi quase nenhuma proposta sendo colocada em pratica.
Fora isso, quantas movimentações e quantos militantes estavam ai nas ruas? Participando de momentos como esse que relatei, indo para as escolas, universidades, hospitais, faróis, convocando passeatas, batendo de porta em porta e falando das suas ideologias e do porque de estar transmitindo aquelas informações..... Quantos anos? Quantos dias? Quantas horas por dia? E eu que só dediquei 3 anos ativamente e aqueles que estão ha 20....30 anos nessa caminhada? Eu como eles nos preparávamos pra esse momento, do povo ir para as ruas. Para chegar agora e sermos tratados como estranhos ou apoiadores de política suja e corrupta? Chegamos a esse ponto porque os governantes queriam que tanto a base do governo e a oposição andassem juntos e discutindo juntos os rumos do país. Mas apareceu tantos oportunistas, tantos “discursinhos” vazios e juntou com brasileiros desinformados que deu no que deu. Nós militantes políticos erramos, e muito. Erramos por falar em nome do povo sem eles estarem presentes. E o povo errou muito vendendo seus votos, não correndo atrás de informação sobre cada partido que existe nesse país ou movimento social. Eu confesso, eu sentia repudio das pessoas que defendia aquela ONG GREENPEACE e sabe porque? Porque ela era uma ONG Norte Americana e que defendia que a Amazônia era o jardim do mundo (ideologia Imperialista) e quando eu falava isso para essas pessoas, elas me ignoravam ou falavam que eu não defendia o meio ambiente.

Brasileiros, erramos e estamos errados de diversas formas. Partidos políticos de esquerda, erramos muito. Erramos em dizer que já que nossas ideologias iam para “nortes diferentes” não deveríamos nos juntar.

Acho que essa minha reflexão e de muitas pessoas que estavam na luta, eu sinto que vamos cair na mesma idEia: ESQUERDA UNIDA! Aqueles combates em congressos e debates, todos aqueles rachas dentro e fora de partidos acho que devem chegar ao fim, para caminharmos para o mesmo destino: levar informação e unir a massa, cobrir essas cabeças com as idéias do socialismo e marxismo para construir uma verdadeira nação: FORTE E SOBERANA!

Povo brasileiro que acordou ha poucos dias: aconselho a você procurar alguém que conheça que estava na ativa, aquele que você chamava pro role e ele dizia: esse fim-de-semana irei para tal Estado participar de uma atividade, aquele que você debatia sobre muitos assuntos e ele te indicava livros e filósofos e eu sei que cada brasileiro deve conhecer um desses.
E peço para que você não hostilize esses militantes nas ruas, ao contrario, o povo brasileiro nos devem respeito, pois fomos a vanguarda de quase tudo isso. E os partidos políticos, também peço respeito e união entre nós. Recentemente publiquei um comentário sobre isso no dia do aniversário do PCdoB e vou colocar um trecho aqui:
“...Me ausentei por muito tempo da militância política por não ter pernas e muito menos apoios, mas toda a correria e toda a minha participação na construção desses 91 anos jamais serão esquecidas por mim. Tenho um enorme respeito a esse partido, porém, o PCdoB como todos os partidos estão seguindo uma ideia individualista partidária ultimamente de assumir poderes ao invés de contribuir que a massa assuma esses poderes ( poder democrático). Essa é uma das críticas que tenho não só ao PCdoB como para todos os partidos existentes no nosso país. Pois antes nosso discurso era que se chegarmos ao poder, teríamos uma maior influência mas ai eu me pergunto: do que vale colocar um representante da massa no poder, e ele até fazer grandes realizações sendo que seus colegas políticos são corruptos, assassinos, burocratas, burgueses e a porra toda? Meu desejo nesse aniversário é que os partidos de esquerda parassem com essa treta tola e que se juntassem para uma reconstrução do processo revolucionário.”

E é esse meu desejo desde que eu me conheço como militante política: O POVO NO PODER E UNIÃO AOS QUE LUTAM! 
Independente de qualquer coisa é isso (ou mais) a nossa necessidade de agora.
AVANTE!!!!!!!!

2 comentários:

  1. Fico muito feliz pelo artigo de opinião e da convicção política que existe ainda em nosso país de unir o povo no poder aos que lutam sempre e sempre lutam. Mesmo acordado as vezes sinto um certo sonambulismo. Saudações Gottardo.

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  2. Oi Mari, gstei muito de seu artigo, só faria duas reflexões: A primeira é em relação a ter chegado no poder, pois, na verdade apenas chegou no governo, e em um governo em disputa, o poder ainda permanesse nas mãos na Imprensa golpista e dos banqueiros. A outra na verdade não seria uma reflexão mas uma contribuiçao, os partidos se distanciaram também dos movimentos sociais organizados, deixamos de tomar as ruas no sentido de apontar o erros e propor, acredito que neste sentido forçariamos o governo (camara e senado) aprovar diversas demandas que foram reprimidas. Me lembro bem de uma entrevista do LULA dizendo aos trabalhadores "E ai, vocês não vão pra rua fazer pressão?" Isso significava o chamamento, porque sozinho ele não podia atender, com tantos Deputados e Senadores direitos e reacionários que habitam a casa do povo. Espero ter cido clara e ter contribuido com sua reflaxão. Beijo

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